sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Projeto Ressurgência #1 - Diante do Trono de Deus nos Céus



PROJETO RESSURGÊNCIA
velhas verdades para novos ouvidos
Ressurgência é um fenômeno oceanográfico que consiste na subida de águas profundas para regiões menos profundas do oceano. Essas águas, muitas vezes ricas em nutrientes, levam vida para regiões menos abastadas dos mares. O Projeto Ressurgência tem como propósito levar as “águas profunda” para regiões menos nutridas, levando os “nutrientes” da santa Palavra de Deus; ou seja, trazer antigas verdades do evangelho para os crentes de hoje. Buscamos isso através da tradução para a língua portuguesa de antigos hinos que representem verdades esquecidas sobre a fé revelada na Escritura, lutando por dois parâmetros fundamentais:

1. Fidelidade: queremos ser os mais fiéis possíveis ao original, respeitando a história da hinologia da Igreja e a obra original do autor;
2. Conteporaneidade: queremos ser conteporâneos, tanto na linguagem como na musicalidade, respeitando os parâmetros linguísticos e musicais de nossa época.
A primeira música do projeto chama-se “Diante do Trono de Deus nos Céus”, do original “Before the Throne of God Above” [original traduzido aqui]. Confira a versão em português, cantada e cedida pelo nosso irmão Daniel Almeida.



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Por Cante as Escrituras Website: canteasescrituras.com/projetoressurgencia

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Quanto tempo é preciso para uma igreja apostatar?




Comecei neste semestre o Seminário Martin Bucer, e na aula magna deste semestre, pregada na Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos, o Pr. Paulo César do Valle nos lembrou de como em pouco tempo (cerca de 3 anos!*) a igreja da Galácia havia deixado o evangelho da graça. Paulo, admirado, escreve:
Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, (Gl 1:6)
Que alerta é este para nós! Três anos e uma igreja inteira praticamente apostatou. Como cresce a erva daninha da heresia! E, para nosso espanto, uma igreja plantada pelo próprio apóstolo Paulo! Não devemos estar todos atentos? Pastores, vocês estão atentos ao fato de que tão depressa as ovelhas que lhe foram confiadas podem estar crendo em heresias? Pais, vocês estão alertas à possibilidade de que em três anos seus filhos podem estar apostatando? E, não só aqueles que estão em posição de liderança. Você, membro de igreja, não fica preocupado com o que alerta Hebreus 3:12,13? Você o pratica? Encoraja seu irmão a cada dia e é encorajado por seu irmão a cada dia?
Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. (Hebreus 3:12,13)
Será que não menosprezamos o poder enganador do pecado para endurecer nossos corações? Lembremo-nos dos vários episódios no Antigo Testamento – escrito para nosso ensino (Romanos 15:4) – onde, em poucas gerações, a nação de Israel abandonara o Senhor e Seus preceitos (o livro inteiro de Juízes, especialmente, 2:10,11 e os reis em Crônicas). Não dizemos todos que destruir é muito mais fácil que construir?
Mas não desanimemos. “Atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados” (2 Co4:8). E o motivo de nosso ânimo é que embora grande seja o poder enganador do pecado, maior é o poder de Deus, o qual fazer grandes coisas por seu povo e em pouco tempo, como nos testemunha o reinado de Ezequias:
Ezequias e todo o povo regozijavam-se com o que Deus havia feito por seu povo, e tudo em tão pouco tempo. (2Cr 29:36)
Oremos para que Deus traga tal graça à nossa geração a fim de voltarmos ao Evangelho a cada dia. Oremos para que possamos vigiar e orar (Mc 14:38), vigiar e ensinar, vigiar e encorajar. Lembremos que para edificar algo esforço e energia são necessários. Precisamos ativamente lutar contra a tendência do nosso coração tão propensa a desviar-se, através da leitura da Palavra, da oração e do encorajamento mútuo entre os irmãos. Precisamos manter um equilíbrio saudável de alerta e confiança – cautela contra os enganos do pecado, do mundo e do diabo e esperançosos no poder de Deus. Sem cair no extremo da confiança ingênua, que não vigia e, portanto, não ora, pois é a angústia da tribulação que nos leva à oração (como bem nos exemplifica os salmos), nem no outro extremo do temor paralisante, que não vigia, nem ora, pois não confia no poder libertador de Deus.
Vigiai e orai!
*A data, obviamente, é aproximada. Estima-se que Paulo plantou a igreja na Galácia em sua primeira viagem missionária (46-47 d.C.) e escreveu a epístola aos Gálatas antes do concílio em Jerusalém (48-49 d.C.)

Por Vinícius Musselman Pimentel © Voltemos ao Evangelho.

Curso de História da Igreja [05] – Ortodoxia e Heresia














Assista as aulas anteriores:

Curso de História da Igreja [01] - Introdução 
Curso de História da Igreja [02] - O Crescimento da Igreja
Curso de História da Igreja [03] - As Perseguições
Curso de História da Igreja [04] - Ortodoxia e Heresia

Por Juliano Heyse © Bom Caminho. Website:bomcaminho.com 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Para Ele - Paul Washer










Tudo o que eu tenho é cristo - Sovereign Grace








Este vídeo é uma animação da canção "All I have is Christ", traduzida como "Tudo o que eu tenho é Cristo", da Sovereign Grace. Essa canção retrata muito bem a vida do verdadeiro Cristão, que depois de conhecer a Cristo, tem a sua vida totalmente transformada e reconhece que tudo o que ele tem é Jesus. Vídeo emocionante.




Por youtube.com/actionjones Tradução ojovemcristao.com
Canção All I have is Christ - Sovereign Grace

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Curso de História da Igreja [04] – Os Apologistas





Assista as aulas anteriores:

Curso de História da Igreja [01] - Introdução 
Curso de História da Igreja [02] - O Crescimento da Igreja
Curso de História da Igreja [03] - As Perseguições

Por Juliano Heyse © Bom Caminho. Website:bomcaminho.com 

Carta à Bispa Evônia* - Augustus Nicodemus


[*Nota – é mais uma carta ficticia, gênero que uso como maneira de tornar as minhas idéias mais interessantes para o leitor. Minha esposa não tem (ainda) nenhuma amiga que virou bispa.]

Minha cara Evônia,

Minha esposa me falou do encontro casual que vocês duas tiveram no shopping semana passada. Ela estava muito feliz em rever você e relembrar os tempos do ginásio e da igreja que vocês frequentavam. Aí ela me contou que você foi consagrada pastora e depois bispa desta outra denominação que você tinha começado a frequentar.

Ela também me mostrou os e-mails que vocês trocaram sobre este assunto, em que você tenta justificar o fato de ser uma pastora e bispa, já que minha esposa tinha estranhado isto na conversa que vocês tiveram. Ela me pediu para ler e comentar seus argumentos e contra-argumentos. Não pretendo ofendê-la de maneira nenhuma – nem mesmo conheço você pessoalmente. Mas faço estes comentários para ver se de alguma forma posso ser útil na sua reflexão sobre o ter aceitado o cargo de pastora e de bispa.

Acho, para começar, que você ser bispa vem de uma atitude de sua comunidade para com as Escrituras, que equivale a considerá-la condicionada à visão patriarcal e machista da época. Ou seja, ela é nossa regra, mas não para todas as coisas. Ao rejeitar o ensinamento da Bíblia sobre liderança, adota-se outro parâmetro, que geralmente é o pensamento e o espírito da época.

E é claro, Evônia, que na nossa cultura a mulher – especialmente as inteligentes e dedicadas como você – ocupa todas as posições de liderança disponíveis, desde CEO de empresas a presidência da República – se a Dilma ganhar. Portanto, sem o ensinamento bíblico como âncora, nada mais natural que as igrejas também coloquem em sua liderança presbíteras, pastoras, bispas e apóstolas.

Mas, a pergunta que você tem que fazer, Evônia, é o que a Bíblia ensina sobre mulheres assumirem a liderança da igreja e se este ensino se aplica aos nossos dias. Não escondo a minha opinião. Para mim, a liderança da igreja foi entregue pelo Senhor Jesus e por seus apóstolos a homens cristãos qualificados. E este padrão, claramente encontrado na Bíblia, vale como norma para nossos dias, pois se baseia em princípios teológicos e não culturais. Reflita no seguinte.

1. Embora mulheres tenham sido juízas e profetisas (Jz 4.4; 2Re 22.14) em Israel nunca foram ungidas, consagradas e ordenadas como sacerdotisas, para cuidar do serviço sagrado, das coisas de Deus, conduzir o culto no templo e ensinar o povo de Deus, que eram as funções do sacerdote (Ml 2.7). Encontramos profetisas no Novo Testamento, como as filhas de Felipe (At 21.9; 1Co 11.5), mas não encontramos sacerdotisas, isto é, presbíteras, pastoras, bispas, apóstolas. Apelar à Débora e Hulda, como você fez em seu e-mail, prova somente que Deus pode usar mulheres para falar ao seu povo. Não prova que elas tenham que ser ordenadas.

2. Você disse à minha esposa que Jesus não escolheu mulheres para apóstolas porque ele não queria escandalizar a sociedade machista de sua época. Será, Evônia? O Senhor Jesus rompeu com vários paradigmas culturais de sua época. Ele falou com mulheres (Jo 8.10-11), inclusive com samaritanas (Jo 4.7), quebrou o sábado (Jo 5.18), as leis da dieta religiosa dos judeus (Mt 7.2), relacionou-se com gentios (Mt 4.15). Se ele achasse que era a coisa certa a fazer, certamente teria escolhido mulheres para constar entre os doze apóstolos que nomeou. Mas, não o fez, apesar de ter em sua companhia mulheres que o seguiam e serviam, como Maria Madalena, Marta e Maria sua irmã (Lc 8.1-2).

3. Por falar nisto, lembre também que os apóstolos, por sua vez, quando tiveram a chance de incluir uma mulher no círculo apostólico em lugar de Judas, escolheram um homem, Matias (At 1.26), mesmo que houvesse mulheres proeminentes na assembléia, como a própria Maria, mãe de Jesus (At 1.14-15) – que escolha mais lógica do que ela? E mais tarde, quando resolveram criar um grupo que cuidasse das viúvas da igreja, determinaram que fossem escolhidos sete homens, quando o natural e cultural seria supor que as viúvas seriam mais bem atendidas por outras mulheres (Atos 6.1-7).

4. Tem mais. Nas instruções que deram às igrejas sobre presbíteros e diáconos, os apóstolos determinaram que eles deveriam ser marido de uma só mulher e deveriam governar bem a casa deles – obviamente eles tinham em mente homens cristãos (1Tm 3.2,12; Tt 1.6) e não mulheres, ainda que capazes, piedosas e dedicadas, como você. E mesmo que reconhecessem o importante e crucial papel da mulher cristã no bom andamento das igrejas, não as colocaram na liderança das comunidades, proibindo que elas ensinassem com a autoridade que era própria do homem (1Tm 2.12), que participassem na inquirição dos profetas, o que poderia levar à aparência de que estavam exercendo autoridade sobre o homem (1Co 14.29-35). Eles também estabeleceram que o homem é o cabeça da mulher (1Co 11.3; Ef 5.23), uma analogia que claramente atribui ao homem o papel de liderança.

5. Você retrucou à minha esposa na troca de e-mails que nenhuma destas passagens se aplica hoje, pois são culturais. Mas, será, Evônia, que estas orientações foram resultado da influência da cultura patriarcalista e machista daquela época nos autores bíblicos? Tomemos Paulo, por exemplo. Será que ele era mesmo um machista, que tinha problemas com as mulheres e suspeitava que elas viviam constantemente tramando para assumir a liderança das igrejas que ele fundou, como você argumentou? Será que um machista deste tipo diria que as mulheres têm direito ao seu próprio marido, que elas têm direitos sexuais iguais ao homem, bem como o direito de separar-se quando o marido resolve abandoná-la? (1Co 7.2-4,15) Um machista determinaria que os homens deveriam amar a própria esposa como amavam a si mesmos? (Ef 5.28,33). Um machista se referiria a uma mulher admitindo que ela tinha sido sua protetora, como Paulo o faz com Febe (Rm 16.1-2)?

6. Agora, se Paulo foi realmente influenciado pela cultura de sua época ao proibir as mulheres de assumir a liderança das igrejas, o que me impede de pensar que a mesma coisa aconteceu quando ele ensinou, por exemplo, que o homossexualismo é uma distorção da natureza acarretada pelo abandono de Deus (Rm 1.24-28) e que os sodomitas e efeminados não herdarão o Reino de Deus (1Co 6.9-11)? Você defende também, Evônia, que estas passagens são culturais e que se Paulo vivesse hoje teria outra opinião sobre a homossexualidade? Pergunto isto pois em outras igrejas este argumento está sendo usado.

7. Tem mais, se você ainda tiver um tempinho para me ouvir. As alegações apostólicas não me soam culturais. Paulo argumenta que o homem é o cabeça da mulher a partir de um encadeamento hierárquico que tem início em Deus Pai, descendo pelo Filho, pelo homem e chegando até a mulher (1Co 11.3).[1] Este argumento me parece bem teológico, como aquele que faz uma analogia entre marido e mulher e Cristo e a igreja, “o marido é o cabeça da mulher como Cristo é o cabeça da igreja” (Ef 5.23). Não consigo imaginar uma analogia mais teológica do que esta para estabelecer a liderança masculina. E quando Paulo restringe a participação da mulher no ensino autoritativo –que é próprio do homem – argumenta a partir do relato da criação e da queda (1Tm 2.12-14).

8. Você já deve ter percebido que para legitimar sua posição como bispa você teve que dar um jeito neste padrão de liderança exclusiva masculina que é claramente ensinado na Bíblia e na ausência de evidências de que mulheres assumiram esta liderança. Não tem como aceitar ser bispa e ao mesmo tempo manter que a Bíblia toda é a Palavra de Deus para nossos dias. E foi assim que você adotou esta postura de dizer que a liderança exclusiva masculina é resultado da cosmovisão patriarcal e machista dos autores do Antigo e Novo Testamentos, e que portanto não pode ser mais usada em nossos dias, quando os tempos mudaram, e as mulheres se emanciparam e passaram a assumir a liderança em todas as áreas da vida. Em outras palavras, como você mesmo confirmou em seu e-mail, a Bíblia é para você um livro culturalmente condicionado e só devemos aplicar dele aquelas partes que estão em harmonia e consenso com nossa própria cultura. Eu sei que você não disse isto com estas exatas palavras, mas a impressão que fica é que você considera a Bíblia como retrógrada e ultrapassada e que o modelo de liderança que ela ensina não serve de paradigma para a liderança moderna da Igreja de Cristo.

Quando se chega a este nível, então, para mim, a porta está aberta para a entrada de qualquer coisa que seja aceitável em nossa cultura, mesmo que seja condenada nas Escrituras. Como você poderá, como bispa, responder biblicamente aos jovens de sua igreja que disserem que o casamento está ultrapassado e que sexo antes do casamento é normal e mesmo o relacionamento homossexual? Como você vai orientar biblicamente aquele casal que acha normal terem casos fora do casamento, desde que estejam de acordo entre eles, e que acham que adultério é alguma coisa do passado?

Sabe Evônia, você e a sua comunidade não estão sozinhas nessa distorção. Na realidade esse pensamento é também popularizado por seminários de denominações tradicionais e professores de Bíblia que passaram a questionar a infalibilidade das Escrituras, utilizando o método histórico crítico, ensinando em sala de aula que Paulo e os demais autores do Novo Testamento foram influenciados pela visão patriarcal e machista do mundo da época deles. Só podia dar nisso... na hora que os pastores, presbíteros e as próprias igrejas relativizam o ensino das Escrituras, considerando-o preso ao séc. I e irremediavelmente condicionado à visão de mundo antiga, a igreja perde o referencial, o parâmetro, o norte, o prumo – e como ninguém vive sem estas coisas, elege a cultura como guia.

Termino reiterando meu apreço e respeito por você como mulher cristã e pedindo desculpas se não posso me dirigir a você, em nossa correspondência pessoal, como “bispa” Evônia. Espero que meus motivos tenham ficado claros.

Um abraço,

Augustus

NOTAS

[1] Esse encadeamento hierárquico se refere à economia da Trindade e trata das diferentes funções assumidas pelas Pessoas da Trindade na salvação do homem. Ontologicamente, Pai, Filho e Espírito Santo são iguais em honra, glória, poder, majestade, como afirmam nossas confissões reformadas.


Por Augustus Nicodemus Website: tempora-mores.blogspot.com.br/

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Curso de História da Igreja [03] – As Perseguições



Assista as aulas anteriores:

Curso da História da Igreja [01] - Introdução
Curso da História da Igreja [02] - O Crescimento da Igreja

Esta geração de "ministros" - Eduardo Mano


Balaão era um profeta que não tinha lá muita ética.
Um dia ele estava tranquilo em sua casa quando chegaram uns homens a mando do rei Balaque pedindo que ele os acompanhasse, pois este queria que Balaão amaldiçoasse um povo por ele.
Só que o povo era Israel. A nação escolhida pelo Senhor. O mesmo a quem Balaão consultaria.
Balaão vendeu seu dom pela promessa de ouro e prata. Justamente aquilo que pertence a Deus, conforme lemos em Ageu 2.8. Ele não teve problemas em colocar à disposição dos inimigos de Deus um dom que Deus concedeu para a glória Dele mesmo.
E o que acontece nos dias de hoje? Músicos, pastores e ministros que não saem de casa sem saber que receberão uma “oferta” (e ainda confundem oferta com cachê, os “abençoados”) gorda, dormirão em camas de hotéis confortáveis, comerão das delícias de restaurantes caros. Geralmente churrascarias. Engraçado que quando Balaão chegou a Moabe, foi recebido justamente por um belo churrasco. Pode conferir: Números 22.40.
Em tempo: eu também gosto de churrascarias. Só achei engraçada a referência.
Eu já soube de muitas histórias de estrelas gospel. Mais até do que gostaria. Gente da antiga e gente que mal chegou aos holofotes e já banca de estrela. Querem o brilho para si próprias, querem a glória que não pertence a eles. Desconheço exemplos bíblicos para o que fazem: lucrar com o serviço a Deus.
Na verdade, o que conheço na Bíblia, é que o poder de Deus é mais explicitado e grandioso na falta que na abundância. Quer exemplos? Eu lhe mostro exemplos. O povo que, saído do Egito, não teve falta de comida, nem água, nem roupas, pois Deus tudo provia a eles. Maná dos céus, as águas de Meribá, tecidos e sandálias que o atrito com a areia não podiam puir ou desgastar.
A viúva, que não tendo com o quê se sustentar endividada e correndo o risco de perder seus filhos para os credores, teve abundância de azeite – suficiente para pagar suas dívidas e sustentar a si mesma e a seus dois filhos (2 Reis 4.1-7). O coxo de nascença que recebeu cura de Deus através de Pedro e João, quando Pedro lhe disse: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” (Atos 3.1-10).
Muitos (a maioria, na verdade) certamente discordam comigo. Creem que estão certos em cobrar, pois chegaram em um determinado “patamar”. Bom, eu creio que se a pessoa colocou a mão no arado, ela deve confiar no Senhor da colheita. Se quer servir a igreja, deve confiar que Deus dará seu sustento digno e merecido. Creio que ao estabelecer valores (qualquer valor na verdade) ela está confiando em homens, como quem diz: “por menos de determinado valor eu não posso nem sair de casa, pois tenho gastos…” e assim por diante. Besteira. Seria melhor que a igreja que convidou não aceitasse e deixasse o “ministro” em casa. E pior que estabelecer valores, é estabelecer valores altos.
Bandas que pedem de “oferta” 20, 30 mil reais por uma noite de evento (claro que há as “boazinhas” que fazem promoção: 15 mil por três dias de evento, mas tocando, no máximo, 1 hora e meia por noite), enquanto há membros da mesma igreja, pais de família, que não ganham este valor nem em um ano de trabalho. Igrejas que aprovam salários de 25, 30 mil reais por mês aos seus pastores e que têm em seus bancos membros que há 2 ou 3 meses não conseguem emprego e estão atrasados com suas contas.
A estes, não eu, mas o próprio Deus, fala através do apóstolo Pedro em sua segunda carta. São palavras para os que conhecem a Deus e preferem o caminho perverso. O caminho de Balaão. Eis o texto de 2 Pedro 2.1-22
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas); Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados; Mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades; Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, Recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; Tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição;Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça; Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta. Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva. Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.”
O Senhor tenha misericórdia de nós e envie jumentos, já que a Bíblia, infelizmente, alguns insistem em deixar de lado.
Eduardo Mano
Por Eduardo Mano Website: EduardoMano.net

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Curso de História da Igreja [02] – O Crescimento da Igreja



Por Juliano Heyse © Bom Caminho. Website:bomcaminho.com

Assista as aulas anteriores:

Curso da História da Igreja [01] - Introdução

James K.A. Smith – Carta Aberta aos Grupos de Louvor




Querido Grupo de Louvor,
Eu aprecio muito a sua disponibilidade e desejo de oferecer seus dons a Deus em adoração. Aprecio sua devoção e celebro sua fidelidade — arrastando-se para a igreja cedo, domingo após domingo, separando tempo para ensaiar durante a semana, aprendendo e escrevendo novas canções, e tantas coisas mais. Assim como aqueles artistas e artesãos que Deus usou para criar o tabernáculo (Êxodo 36), vocês são dispostos a dispor seus dons artísticos a serviço do Deus Triuno.
Portanto, por favor, recebam esta pequena carta no espírito que ela carrega: como um encorajamento a refletir sobre a prática de “conduzir a adoração”. A mim parece que vocês frequentemente simplesmente optaram por uma prática sem serem encorajados a refletir em sua lógica, sua “razão de ser”. Em outras palavras, a mim parece que vocês são frequentemente recrutados a “conduzir a adoração” sem muita oportunidade de parar e refletir na natureza da “adoração” e o que significaria “conduzir”.
Especificamente, minha preocupação é que nós, a igreja, tenhamos involuntariamente encorajado vocês a simplesmente importar práticas musicais para a adoração cristã que — ainda que elas possam ser apropriadas em outro lugar — sejam prejudiciais à adoração congregacional. Mais enfaticamente, usando a linguagem que eu empreguei primeiramente em Desiring the Kingdom¹, às vezes me preocupo de que tenhamos involuntariamente encorajado vocês a importar certas formas de execução que são, efetivamente, “liturgias seculares” e não apenas “métodos” neutros. Sem perceber, as práticas dominantes de execução nos treinam a relacionar com a música (e os músicos) de certa maneira: como algo para o nosso prazer, como entretenimento, como uma experiência predominantemente passiva. A função e o objetivo da música nestas “liturgias seculares” é bem diferente da função e o objetivo da música na adoração cristã.
Então deixe-me oferecer apenas alguns breves conceitos com a esperança de encorajar uma nova reflexão na prática da “condução da adoração”:
1. Se nós, a congregação, não conseguimos ouvir a nós mesmos, não é adoração. A adoração cristã não é um concerto. Em um concerto (uma particular “forma de execução”), nós frequentemente esperamos ser sobrepujados pelo som, particularmente em certos estilos de música. Em um concerto, nós acabamos esperando aquele estranho tipo de privação dos sentidos que acontece com a sobrecarga sensorial, quando o golpe do grave em nosso peito e o fluir da música sobre a multidão nos deixa com a sensação de uma certa vertigem auditiva. E não há nada de errado com concertos! Só que a adoração cristã não é um concerto. A adoração cristã é uma prática coletiva, pública e congregacional — e o som e a harmonia reunidos de uma congregação cantando em uníssono é essencial à prática da adoração. É uma maneira “desempenhar” a realidade de que, em Cristo, nós somos um corpo. Mas isso requer que nós na verdade sejamos capazes de ouvir a nós mesmos, e ouvir nossas irmãs e irmãos cantando ao nosso lado. Quando o som ampliado do grupo de louvor sobrepuja às vozes congregacionais, não podemos ouvir a nós mesmos cantando — então perdemos aquele aspecto de comunhão da congregação e somos encorajados a efetivamente nos tornarmos adoradores “privados” e passivos.
2. Se nós, a congregação, não podemos cantar juntos, não é adoração. Em outras formas de execução musical, os músicos e as bandas irão querer improvisar e “serem criativos”, oferecendo novas execuções e exibindo sua virtuosidade com todo tipo de diferentes trills e pausas e improvisações na melodia recebida. Novamente, isso pode ser um aspecto prazeroso de um concerto, mas na adoração cristã isso significa apenas que nós, a congregação, não conseguimos cantar junto. Então sua virtuosidade desperta nossa passividade; sua criatividade simplesmente encoraja nosso silêncio. E enquanto vocês possam estar adorando com sua criatividade, a mesma criatividade na verdade desliga a canção congregacional.
3. Se vocês, o grupo de louvor, são o centro da atenção, não é adoração. Eu sei que geralmente não é sua culpa que os tenhamos colocado na frente da igreja. E eu sei que vocês querem modelar a adoração para que nós imitemos. Mas por termos encorajado vocês a basicamente importar formas de execução do local do concerto para o santuário, podemos não perceber que também involuntariamente encorajamos a sensação de que vocês são o centro das atenções. E quando sua performance se torna uma exibição de sua virtuosidade — mesmo com as melhores das intenções — é difícil opor-se à tentação de fazer do grupo de louvor o foco de nossa atenção. Quando o grupo de louvor executa longos riffs, ainda que sua intenção seja “ofertá-los a Deus”, nós na congregação nos tornamos completamente passivos, e por termos adotado o hábito de relacionar a música com os Grammys e o local de concerto, nós involuntariamente fazemos de vocês o centro das atenções. Me pergunto se há alguma ligação intencional na localização (ao lado? conduzir de trás?) e na execução que possa nos ajudar a opor-nos contra estes hábitos que trazemos conosco para a adoração.
Por favor, considerem estes pontos com atenção e reconheçam o que eu não estou dizendo. Este não é apenas algum apelo pela adoração “tradicional” e uma crítica à adoração “contemporânea”. Não pense que isto é uma defesa aos órgãos de tubos e uma crítica às guitarras e baterias (ou banjos e bandolins). Minha preocupação não é com o estilo, mas com a forma: O que estamos tentando fazer quando “conduzimos a adoração?” Se temos a intenção que a adoração seja uma prática congregacional de comunhão que nos traz a um encontro dialógico com o Deus vivo — em que a adoração não seja meramente expressiva, mas também formativa² — então podemos fazer isso com violoncelos, guitarras, órgãos de tubos ou tambores africanos.
Muito, muito mais poderia ser dito. Mas deixe-me parar por aqui, e por favor receba esta carta como o encorajamento que ela foi feita para ser. Eu adoraria vê-los continuar a oferecer seus dons artísticos ao Deus Triuno que está nos ensinando uma nova canção.
Sinceramente,
Jamie
________________
Notas:
¹Desiring the Kingdom – Worship, Worldview, and Cultural Formation (Desejando o Reino – Adoração, Cosmovisão e Formação Cultural) [N. do T.]
² De acordo com o The Colossian Forum, a despeito de a adoração ser encarada hoje em dia apenas como algo que se vai em direção a Deus (expressão), ao longo da história ela sempre foi encarada também como a causadora de algo em nós (formação). “A adoração cristã é também uma prática formativa justamente porque a adoração também é um encontro ‘descendente’ no qual Deus é o atuante primário” (Fonte: http://www.colossianforum.org/2011/11/09/glossary-worship-expression-and-formation/). [N. do T.]
Por James K.A. Smith. Original: forsclavigera.blogspot.com.br
Tradução: canteasescrituras.com

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Curso de História da Igreja [01] – Introdução



Pessoal temos uma novidade em nosso blog, trata-se de um curso sobre a história da Igreja, dado por Juliano Heyse, do site bomcaminho.com, também divulgado pelo blog  Voltemos ao Evangelho. É de uma infinita importância para nós, conhecermos a história da igreja, como tudo começou, quem foram os reformadores, como se deu a expansão da igreja cristã pelo mundo. Espero que vocês façam bom proveito desse material espetacular, produzido pelo querido irmão Juliano Heyse.

Para começar, temos o  primeiro vídeo do curso, que serve como uma espécie de introdução. Para facilitar, sempre após os vídeos você vai encontrar uma relação com aulas que já foram postadas. Bom estudo!


Carta para um Adolescente Incompleto, Inseguro




John Piper

Há quatro anos um adolescente em nossa igreja me escreveu pedindo conselhos gerais sobre a vida e sobre identidade em particular. Aqui está o que lhe respondi com uma grande dose de autobiografia para ilustração.

Querido ________,

Minha experiência de sair de uma vida adolescente introvertida, insegura, culpada, lasciva, egocêntrica foi mais como o surgimento de uma rã a partir de um girino do que de uma borboleta a partir de uma larva.
Larvas desaparecem em seus casulos e reservadamente experimentam alguma transformação inexplicável sem que ninguém veja (provavelmente é bastante sujo e confuso lá dentro) e então o casulo se desfaz e todo mundo diz oooh, aahh, que lindo. Não foi assim que aconteceu comigo.
Rãs nascem ultra-minúsculas, com jeito de peixe, cheias de lodo, vivendo na água parada. Elas não são uma atração do Sea World1. Elas até poderiam estar na piscina de algum hotel elegante se o lugar estivesse abandonado por uns 20 anos e só houvesse um pé de água verde no fundo.
Mas pouco a pouco, porque elas são rãs santas por meio da predestinação e do DNA espiritual (novo nascimento), elas nadam por toda a água verde e começam a se parecer cada vez mais com rãs.
Primeiro pequenos pés surgem nas laterais. Estranho. Nesse momento ninguém as convida para darem um testemunho em um evento dos Atletas de Cristo.
Então um par extra de pernas. Então um tipo de corcova nas costas. Os peixes na lagoa já se retiram: "Hmmm", eles dizem, "isso não parece mais ser um de nós". Uma rã em desenvolvimento não se encaixa em lugar algum.
Mas Deus é bom. Ele tem o Seu plano e não é o de tornar esta metamorfose fácil. Com certeza. Há mil lições para serem aprendidas no processo. Nada é em vão. A vida não está em suspenso aguardando o grande despertar. Isso é o que as larvas fazem no casulo. Mas rãs estão em público o tempo todo em meio à tolice da mudança.
Eu creio que a chave para mim foi encontrar ajuda no Apóstolo Paulo, em C. S. Lewis e no meu pai. Todos eles pareciam inacreditavelmente saudáveis, precisamente porque estavam maravilhados com absolutamente tudo exceto eles mesmos.
Eles me mostraram que a saúde mental mais elevada não está em gostar de mim mesmo, mas em estar alegremente interessado em tudo exceto eu mesmo. Eles eram o tipo de pessoas que estavam tão maravilhadas que as pessoas tinham narizes - não narizes estranhos, só narizes - que caminhar em qualquer rua movimentada era como um passeio no jardim zoológico. Oh, sim, eles mesmos tinham narizes, mas eles não podiam enxergar os seus próprios. E por que eles iriam querer ver? Veja todos estes narizes; eles são grátis para olhar! Incrível!
A capacidade destes homens para maravilharem-se era enorme. Fiquei estupefato e orei para que eu deixasse de desperdiçar tanto tempo e energia emocional pensando em mim. Eca, eu pensei. O que eu estou fazendo? Por que eu deveria me preocupar com o que as pessoas pensam de mim. Eu sou amado pelo Deus Todo-Poderoso e ele está fazendo uma autêntica rã saltadora de mim.
O texto mais importante na minha "rãnzisse" emergente tornou-se 2 Coríntios 3:18.
"E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito."
Este foi um dos maiores segredos que descobri: Contemplar é tornar-se.
Introspecção deve dar lugar ao assombro diante da glória. Quando isso ocorre, tornar-se acontece. Se existe alguma chave para a maturidade é essa. Contemple seu Deus em Jesus Cristo. Então você fará o progresso de girino para rã. Essa foi uma grande descoberta.
É claro que (assim eu pensava) eu nunca conseguiria falar em frente a um grupo, já que fico sempre tão nervoso. E eu nunca poderia me casar, porque eu tenho espinhas demais. As meninas de Wheaton2 me deixam completamente apavorado. Mas Deus me tem em suas mãos (Filipenses 3:12), e ele tem um plano, e o Seu plano é bom e há um mundo lá fora, visto e não visto, para ser conhecido e para me deixar maravilhado. Por que eu arruinaria a minha vida pensando tanto em mim?
Graças a Deus por Paulo e Lewis e meu pai! Tudo agora é tão óbvio. Meu eu é simplesmente muito pequeno para satisfazer os explosivos anseios do meu coração. Eu queria provar e ver algo grande, maravilhoso, belo e eterno.
Começou com ver a natureza e terminou com ver a Deus. Começou com literatura e terminou com Romanos e Salmos. Começou com passeios pelos campos, bosques e lagoas e terminou em passeios pelos altos planos da teologia. Não que a natureza, a literatura, os campos, os bosques e as lagoas tenham desaparecido, mas eles tornaram-se mais obviamente imitações e sinalizadores.
Os céus proclamam a glória de Deus. Quando você muda dos céus para a glória de Deus, os céus não deixam de ser gloriosos. Mas eles são "des-divinizados" quando você descobre o que eles estão dizendo. Eles estão apontando. "...do nascente ao poente despertas canções de alegria." (Salmo 65:8 - NVI).
Sobre o que estão cantando o amanhecer e pôr-do-sol com tanta felicidade? O seu Criador! Eles estão nos chamando a unirmo-nos a eles. Mas se eu estiver resmungando por causa da espinha no meu nariz, não vou nem mesmo olhar para fora da janela.
Assim meu conselho é: seja paciente com o modo que Deus planejou para tornar-te uma feliz rã saltadora. Não se contente em ser apenas um girino ou uma estranha meia-rã. Mas também não se deixe surpreender pela estranheza e lentidão do processo.
Como eu me tornei um pastor? Como eu me casei? Só Deus sabe. Incrível. Assim também o surgimento de quem você será aos 34 será incrível. Apenas mantenha o curso e olhe. Olhe, olhe. Há tanto para ver. A Bíblia é inesgotável. Olhe principalmente lá. O outro livro de Deus, o não autoritativo - a natureza - também é inesgotável. Olhe. Olhe. Olhe. Contemplando a glória de Deus nós estamos sendo transformados.
Eu amo você e acredito que Deus tem grandes coisas "ranárias" para você. Não se preocupe por ser só uma rã saltadora parecida com Cristo. Sua alegria vem do que você vê.
"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é." (1 Jo 3:2)
Há uma outra metamorfose esperando. A coisa vai melhorando cada vez mais. Deus é infinito. Por isso sempre haverá mais da glória dEle para uma mente finita ver. Não haverá nenhum tédio na eternidade.

Afetuosamente,
Pastor John

Tradução: Juliano Heyse

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Entrevista com o Dr. Martyn Lloyd-Jones - 1970






Este vídeo, publicado originalmente pela MLJ Recordings Trust, a fundação que preserva o legado de material deixado pelo Doutor, foi publicado originalmente (em 2011) para relembrar os 30 anos da sua morte. Dr. Lloyd-Jones faleceu no dia 01/03/1981. Estranhamente, este é o dia do santo padroeiro do País de Gales, St. David, um bispo do século VI. O primeiro nome do Doutor, para quem não sabe, é David. O D. no início do nome dele vem de David e não de Doutor como muitos pensam.
A legendagem deste vídeo e publicação aqui no bomcaminho.com é algo que me enche de emoção porque este homem mudou a minha vida para sempre. Se há um vínculo da igreja do século XXI com os reformadores, puritanos, Jonathan Edwards, etc. é por instrumentalidade dele nas mãos do Senhor. A história é fascinante. Deus tinha um plano muito especial para a vida dele. Ele sempre foi um guia seguro para jovens desnorteados e confusos (assista o vídeo até o final), como eu era no início da década de 1990, em meio a uma igreja e um cristianismo que é uma mera caricatura daquilo que foi descrito nas páginas do Novo Testamento. Leia e ouça tudo que puder do Dr. Martyn Lloyd-Jones - você nunca mais será o mesmo.
Sou grato a Deus pela vida dele, de Ian Murray que fundou a Banner of Truth Trust, do querido Bill Barclay que com sua editora PES colocou nas nossas mãos (cristãos brasileiros) os livros do Doutor, de Richard Denham e de todo o staff da Editora Fiel que publicou jóias como "Pregação e Pregadores" e "Estudos no Sermão do Monte" e dos irmãos do Jornal Os Puritanos em que descobri os primeiros detalhes biográficos de quem era o Doutor e comecei a descobrir que era ele o guia escolhido por Deus para apontar, para uma multidão de jovens na metade do século XX, quais eram as "veredas antigas", o "bom caminho" (Jr 6:16). Os frutos colhem-se hoje, com os novos reformados e o novo calvinismo.
Como disse John MacArthur, "quando o último capítulo da história da igreja for escrito, eu creio que o Doutor será reconhecido como um dos maiores pregadores de todos os tempos". Eu também creio. Obrigado, Senhor, por Martyn Lloyd-Jones.

Nota do Editor: Hwyl - uma tradição antiga entre os pregadores galeses era, no meio da pregação ou discurso, deixar-se enlevar por um momento de êxtase e inspiração. Dr. Lloyd-Jones considera, na entrevista, que isso costuma ser algo forçado e afetado.

Fonte: Publicado no Youtube por MLJ Recordings Trust
Tradução: Priscila Heyse
Revisão: Juliano Heyse
Legendagem e Sincronia: Juliano Heyse
Website: bomcaminho.com

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Paul Washer – Cristo, a Videira Verdadeira [Pregação Completa]


Paul Washer prega em João 15, mostrando a centralidade de Cristo e expondo alguns enganos e falsificações no Cristianismo atual, que resultam no vazio e na aridez espiritual.




Por Paul David Washer, Copyright © Sociedade Missionária HeartCry. Website: heartcrymissionary.com
Tradução: youtube.com/cpisilva1
Fonte: Voltemos ao Evangelho

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ateu Salvo pela Verdade da Soberania de Deus



Por illbehonest.com/portuguese/
Fonte Voltemos ao Evangelho

A motivação na oração


“Agora, pois, ó SENHOR, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR Deus” (2 Reis 19.19).
A oração é um dos melhores termômetros espirituais. Cristãos espiritualmente saudáveis oram. A oração é capaz de revelar mais de nosso relacionamento com Deus do que muitas outras coisas, até mesmo aquilo que sabemos ou fazemos. Por mais redundante que pareça, é uma boa oração orar pela nossa vida de oração. A saúde da nossa alma depende disso. Jesus conquistou o privilégio da oração para nós. Através dele temos acesso ao trono da graça. Não é maravilhoso saber que os filhos de Deus podem conversar com seu Pai a qualquer momento e em qualquer lugar?
Há muitos aspectos importantes na oração. O tempo e aquilo que pedimos são dois deles. Não desejamos filhos que só conversam conosco quando estão em apuros, mas que nos procurem sempre (aspecto “tempo”). Também não seria agradável ter filhos que nos pedissem permissão para usar drogas, abandonar o colégio ou pegar um empréstimo enorme no banco (aspecto “pedido”). O mesmo acontece na oração. Desejamos agradar nosso Pai orando sem cessar (1 Tessalonicenses 5.17) e não pedindo mal (Tiago 4.3). Mas existe uma questão que muitas vezes negligenciamos: a motivação. Podemos investir tempo em oração e fazer bons pedidos, mas o que está por trás de nossos pedidos? Qual é nossa intenção quando pedimos algo a Deus?
Dentro desse tema, uma oração de Ezequias pode nos ajudar a moldar nossa motivação. O Espírito que “nos assiste em nossa fraqueza” e “intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” registrou uma oração muito útil para nos ajudar a “orar como convém” (Rm 8.26).
Ezequias reinou em Judá durante 29 anos, de 715 a.C. a 686 a.C. Ezequias era, assim como cada um de nós, pecador. Não viveu uma vida perfeita, mas foi um dos melhores reis que Judá teve em toda a História. Ele “fez o que era reto diante do SENHOR”, “confiou no SENHOR”, “se apegou ao SENHOR, não deixou de segui-lo e guardou os mandamentos” (2 Re 19.3,5,6). Ezequias tinha intimidade com Deus e, como vemos nos trechos registrados de sua vida, Ezequias foi um homem de oração.
A situação à sua volta era perturbadora. A Assíria, conhecida por sua extrema crueldade com os povos inimigos, estava em franca expansão territorial. Samaria, capital de Israel, já havia sucumbido. Senaqueribe, rei da Assíria, envia então mensageiros ao rei de Judá para ameaçá-lo:
Assim falareis a Ezequias: “Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria. Já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, como as destruíram totalmente; e crês tu que te livrarias?”
Assim que recebe a carta, Ezequias vai à casa do SENHOR, e depois de exaltar e clamar ao seu Deus, orou:
Verdade é, SENHOR, que os reis da Assíria assolaram todas as nações e suas terras e lançaram no fogo os deuses deles, porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens, madeira e pedra;  por isso, os destruíram. Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR Deus (2 Reis 19.17-19).
Qual foi a motivação de Ezequias ao pedir que o Senhor livre Judá das mãos do inimigo? Não foi ter seu nome escrito no Livro dos Reis de Judá por derrotar um grande império, ser poupado da humilhação do cativeiro ou continuar vivendo uma vida confortável na casa do rei em Jerusalém. Não. Ezequias pediu para Deus os livrar “para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o SENHOR Deus” (v.19b).
Ezequias sabia o que estava em jogo. Não era apenas o nome dele ou a vida de seus compatriotas. Havia algo de valor infinitamente maior em questão: o nome de Deus, a glória de Deus. O rei não ora apenas a Deus, mas também paraDeus. Uma vez que devemos comer, beber e fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31), nossas orações também devem ter como motivação a glória dele. Essa é uma oração confiante, pois sabemos que Deus não abre mão de sua glória: “Por amor de mim mesmo, por amor de mim mesmo, eu faço isso. Como posso permitir que eu mesmo seja difamado? Não darei minha glória a nenhum outro” (Isaías 48.11).
Não foi assim também que Jesus nos ensinou a orar? “Santificado seja o teu nome” (Mateus 6.9). “Senhor, manifesta tua santidade através de nós”. Não é essa a maior necessidade do mundo: saber que só o Senhor é Deus? Vivemos em um mundo carente de Deus. Um mundo insatisfeito, mas que não sabe qual é o seu problema. Um mundo que precisa saber que só o Senhor é Deus e colocar sua fé apenas nele através de Seu Filho.
Sabemos que o Senhor atendeu ao pedido do rei Ezequias. “O zelo do Senhor fará isto (…). Porque eu defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor de meu servo Davi” (vv.31b, 34). Por sua própria glória e pela aliança que havia feito com Davi, Deus agiria. Judá foi libertada da ameça estrangeira. Deus enviou o Anjo do SENHOR e salvou seu povo. Através de uma oração centrada em Deus, o rei de Judá foi preservado. E 700 anos depois, a partir da linhagem real de Davi e Ezequias, nasceria outro rei em Israel. Um rei que sempre existiu e que sempre reinou. O Rei que sempre orou e fez tudo para a glória de Deus.
Devemos nos perguntar: Qual tem sido nossa motivação ao orar? Qual é o desejo profundo do nosso coração ao pedirmos algo a Deus? Que não seja apenas por conforto pessoal, para nos livrar de uma possível frustração ou por algo para nos admirarem depois. Certamente não é errado orar por nossas vidas e necessidades. Mas que lugar Deus ocupa nesses pedidos? Oremos não apenas ao Senhor, mas também para o Senhor. Para que o nome de Deus seja manifestado através de nós, para que sua majestade seja vista, para que todos (…) saibam que só tu és o SENHOR Deus.
Nas intercessões por conversão, que Deus seja glorificado ao resgatar pecadores pela sua graça. Nos pedidos de cura, que seja para a glória do poder de Deus somente. Nas orações pelos relacionamentos feridos, que a glória restauradora de Deus fique mais visível através do amor. Nos clamores por santificação pessoal, que seja para que vejam nossas boas obras e glorifiquem a nosso Pai que está nos céus. E que a manifestação de quem Deus é permeie todos os nossos pedidos. “Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do teu nome (Jeremias 14.7a).
Que Deus nos dê, através do seu Espírito, a motivação correta, um coração que ora pela “iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Co 4.6). É disso que todos nós mais precisamos.
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