Comentário
Sobre Romanos 8:28-30
“A predestinação para a vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual
(antes de lançados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por
seu conselho, a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu em
Cristo dentre o gênero humano, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna, como
vasos feitos para honra. Por isso os que se acham dotados de um tão excelente
benefício de Deus, são chamados segundo o propósito de Deus, por seu Espírito
operando em tempo devido; pela graça obedecem à vocação; são justificados
gratuitamente; são feitos filhos de Deus por adoção; são criados conforme à
imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em boas obras,
e, enfim, chegam, pela misericórdia de Deus, à felicidade eterna”. (XVII
Artigo de Religião – Predestinação e Eleição).
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam,
dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de
antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou, também chamou, também justificou; aos que justificou também
glorificou” (Romanos 8:28-30). Nestes dois versículos Paulo esclarece o que
quis dizer no versículo 28 ao referir-se ao “propósito” de Deus, segundo o qual
ele nos chamou e age para que tudo contribua para o nosso bem. Ele analisa o
“bem” segundo os parâmetros de Deus, bem como o seu propósito de salvação,
através de cinco estágios, desde que a idéia surgiu em sua mente até a
consumação do seu plano na glória vindoura. Segundo o apóstolo, esses estágios
são: presciência, predestinação, chamado, justificação e glorificação. Primeiro
há uma referência a aqueles que Deus de antemão conheceu. Essa alusão a
“conhecer de antemão”, isto é, saber de alguma coisa antes que ela aconteça,
tem levado muitos comentaristas, tanto antigos como contemporâneos, a concluir
que Deus prevê quem irá crer e que essa presciência seria a base para a
predestinação. Mas isso não pode estar certo, pelo menos por duas razões. A
primeira é que neste sentido Deus conhece todo mundo e todas as coisas de
antemão, ao passo que Paulo está se referindo a um grupo específico. Segundo,
se Deus predestina as pessoas porque elas haverão de crer, então a salvação
depende de seus próprios méritos e não da misericórdia divina; Paulo, no
entanto, coloca toda a sua ênfase na livre iniciativa da graça de Deus. Assim,
outros comentaristas nos fazem lembrar que no hebraico o verbo “conhecer”
expressa muito mais do que mera cognição intelectual; ele denota um
relacionamento pessoal de cuidado e afeição. Portanto, se Deus “conhece” as
pessoas, ele sabe o que passa com elas [138]; e quando se diz que ele “conhecia” os filhos de Israel
no deserto, isto significa que ele cuidava e se preocupava com eles.[139] Na verdade Israel foi o único povo dentre todas as
famílias da terra a quem Javé “conheceu”, ou seja, amou, escolheu e estabeleceu
com ele uma aliança. [140] O significado de “presciência” no Novo Testamento é
similar. “Deus não rejeitou o seu povo [Israel], o qual de antemão conheceu”,
isto é, a quem ele amou e escolheu (11:2). [141] À luz deste uso bíblico John Murray escreve:
“’Conhecer’... É usado em um sentido praticamente sinônimo de ‘amar’...
Portanto, ‘aqueles que ele conheceu de antemão’... é virtualmente equivalente a
‘aqueles que ele amou de antemão”.[142] Presciência é “amor peculiar e soberano”. [143] Isto se encaixa com a grande declaração de Moisés: “Não
vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu, porque fôsseis mais numerosos do
que qualquer povo... mas porque o Senhor vos amava...”. [144] A única fonte de eleição e predestinação divina é o amor
divino.
Segundo, aqueles que [Deus] de antemão conheceu, ou que amou
de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a
fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (29). O verbo predestinou
é uma tradução de proorizõ que significa “decidiu de antemão” (BAGD),
como se vê em Atos.4:28 (“Fizeram o que o teu poder e tua vontade haviam
decidido de antemão que acontecesse”). É, pois, evidente que o processo de
tornar-se um cristão implica uma decisão; antes de ser nossa, porém, tem de ser
uma decisão de Deus. Com isso não estamos negando o fato de que nós “nos
decidimos por Cristo”, e isso livremente; o que estamos afirmando é que, se o
fizemos, é só porque, antes disso, ele já havia “decidido por nós”. Esta ênfase
na decisão ou escolha soberana e graciosa de Deus é reforçada pelo vocabulário
com o qual ela está associada. Por um lado, ela é atribuída ao “prazer” de
Deus, a sua “vontade”, “plano” e “propósito”, [145] e por outro lado, já existia “antes da criação do mundo”
[146] ou “antes do princípio das eras”. [147] C. J. Vaughan resume esta questão nas seguintes
palavras:
Cada um que se salva no final só pode atribuir sua
salvação, do primeiro ao último passo, ao favor e à ação de Deus. O mérito
humano tem de ser excluído: e isto só pode acontecer voltando às origens do que
foi feito e que se encontra muito além da obediência que evidencia a salvação,
ou mesmo da fé a que ela é atribuída; ou seja, um ato de espontâneo favor da
parte daquele Deus que antevê e pré-ordena desde a eternidade todas as suas
obras. [148]
Este ensino não pode se minimizado. Nem a Escritura nem a experiência
nos autoriza faze-lo. Se apelarmos para a Escritura, veremos que no decorrer de
todo o Antigo Testamento se reconhece ser Israel “a única nação na terra” a
quem Deus decidiu “resgatar para ser seu povo”, escolhido para ser sua
“propriedade peculiar”; [149] e em todo o Novo Testamento se admite que os seres
humanos são por natureza cegos, surdos e mortos, de forma que sua conversão é
impossível, a menos que Deus lhes dê vista, audição e vida. Nossa própria
experiência confirma isso. O Dr. J. I. Packer, em sua excelente obra O
Evangelismo e a Soberania de Deus,[150] aponta que, mesmo que neguem isso, a verdade é que os
cristãos crêem na soberania de Deus na salvação. “Dois fatos demonstram isso”,
ele escreve. “Em primeiro lugar, o crente agradece a Deus pela sua conversão.
Ora, por que o crente age assim? Porque sabe em seu coração que Deus foi
inteiramente responsável por ela. O crente não se salvou a si mesmo; Deus o
salvou. (…) Há um segundo modo pelo qual o crente reconhece que Deus é soberano
na salvação. O crente ora pela conversão de outros... roga a Deus para que
opere neles tudo quanto for necessário para a salvação deles”. Assim os nossos
agradecimentos e a nossa intercessão provam que nós cremos na soberania divina.
“Quando estamos de pé podemos apresentar argumentos sobre a questão; mas,
postados de joelhos, todos concordamos implicitamente”. [151] Mesmo assim há mistérios que permanecem. E, como
criaturas caídas e finitas que somos, não nos cabe o direito de exigir
explicações ao nosso Criador, que é perfeito e infinito. Não obstante, ele
lançou luz sobre o nosso problema de tal maneira a contradizer as principais
objeções que são levantadas e a mostrar que a predestinação gera conseqüências
bem diferentes do que se costuma supor. Vejamos cinco exemplos: 1. Dizem que a
predestinação gera arrogância, uma vez que (alega-se) os eleitos de Deus se gloriam
de sua condição privilegiada. Mas o que acontece é justamente o contrário: a
predestinação exclui a arrogância, pois afinal, não dá para entender como Deus
pode se compadecer de pecadores indignos como eles! Humilhados diante da cruz,
eles só querem gastar o resto de suas vidas “para o louvor da sua gloriosa
graça” [152] e passar a eternidade adorando o Cordeiro que foi morto.
[153]2. Dizem que a predestinação produz incerteza e que cria
nas pessoas uma ansiedade neurótica quanto a serem ou não predestinadas e
salvas. Mas não é bem assim. Quando se trata de incrédulos, eles nem se
preocupam com a sua salvação – até que, e a não ser que, o Espírito Santo os
convença do pecado, como um prelúdio para a sua conversão. Mas, se são crentes,
mesmo que estejam passando por um período de dúvida, eles sabem que no final a
sua única certeza consiste na eterna vontade predestinadora de Deus. Não há
nada que proporcione mais segurança e conforto do que isso. Como escreveu
Lutero ao comentar o versículo 28, a predestinação “é uma coisa
maravilhosamente doce para quem tem o Espírito”. [154]3. Dizem que a predestinação leva à apatia. Afinal, se a
salvação depende inteiramente de Deus e não de nós, argumentam, então toda
responsabilidade humana diante de Deus perde a razão de ser. Uma vez mais, isso
não é verdade. A Escritura, ao enfatizar a soberania de Deus, deixa muito claro
que isso não diminui em nada a nossa responsabilidade. Pelo contrário, as duas
estão lado a lado em uma antinomia, que é uma aparente contradição entre duas
verdades. Diferentemente de um paradoxo, uma antinomia “não é deliberadamente
produzida; ela nos é imposta pelos próprios fatos... Nós não a inventamos e não
conseguimos explicá-la. Não há como nos livrar dela, a não ser que
falsifiquemos os próprios fatos que nos levaram a ela”. [155] Um bom exemplo se encontra no ensino de Jesus quando
declarou que “ninguém pode vir a mim, se o Pai... não o atrair” [156] e que “vocês não querem vir a mim para terem vida”. [157] Por que as pessoas não vão a Jesus? Será porque não
podem? Ou é porque não querem? A única resposta compatível com o próprio ensino
de Jesus é: “Pelas duas razões, embora não consigamos conciliá-las”. 4. Dizem que
a predestinação produz complacência e gera antinomianos. Afinal, se Deus nos
predestinou para a salvação eterna, por que não podemos viver como nos agrada,
sem restrições morais, e desafiar a lei divina? Paulo já respondeu esta questão
no capítulo 6. Aqueles que Deus escolheu e chamou, ele os uniu com Cristo em
sua morte e ressurreição. E agora, mortos para o pecado, eles renasceram para
viver para Deus. Paulo escreve também em outro lugar que “Deus nos escolheu
nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua
presença”. [158] Ou melhor, ele nos predestinou para sermos conformes
à imagem de seu Filho (29). 5. Dizem que a predestinação deixa as pessoas
bitoladas, pois os eleitos de Deus passam a viver voltados apenas para si
mesmos. Mas o que acontece é o contrário. Deus chamou um único homem, Abraão, e
sua família apenas, não para que somente eles fossem abençoados, mas para que através
deles todas as famílias da terra pudessem ser abençoadas. [159] Semelhantemente, a razão pela qual Deus escolheu seu
Servo, a figura simbólica de Isaías que vemos cumprida parcialmente em Israel,
mas especialmente em Cristo e em seu povo, não foi apenas para glorificar
Israel, mas para trazer luz e justiça às nações. [160] Na verdade estas promessas serviram de grande estímulo
para Paulo (como deveriam ser também para nós) quando ele, num ato de grande
ousadia, decidiu ampliar sua visão evangelística para alcançar os gentios. [161] Assim, Deus fez de nós seu “povo exclusivo”, não para
nos tornarmos seus favoritos, mas para que fôssemos suas testemunhas, “para
anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz”. [162]Portanto, a doutrina da predestinação divina promove
humildade, não arrogância; segurança e não apreensão; responsabilidade e não
apatia; santidade e não complacência; e missão, não privilégio. Isso não
significa que não existam problemas, mas é uma indicação de que estes são mais
intelectuais do que pastorais. E o ponto que Paulo quer enfatizar no versículo
29 é, com toda certeza, pastoral. Tem a ver com dois propósitos práticos da
predestinação de Deus. O primeiro é que nós devemos ser conformes [viver
de conformidade com] à imagem de seu Filho. Ou, dito da forma mais
simples possível, o eterno propósito de Deus para seu povo é que nos tornemos
como Jesus. O processo de transformação começa aqui e agora, em nosso caráter e
conduta, por meio da obra do Espírito Santo, [163] mas só será completado e aperfeiçoado quando Cristo vier
e nós o virmos, [164] e quando nossos corpos se tornarem como o corpo de sua
glória. [165] O segundo propósito da predestinação de Deus é que, como
resultado de nos tornarmos conformes à imagem de Cristo, ele passe a ser
o primogênito entre muitos irmãos, desfrutando da comunhão da família
como também da prerrogativa de ser o primogênito. [166]Vamos agora à terceira afirmação de Paulo: E aos que
predestinou, também chamou (30a). O chamado de Deus é a aplicação histórica
da sua predestinação eterna. Seu chamado chega às pessoas por meio do
evangelho; [167] quando esse evangelho é anunciado a elas com poder e
elas lhe respondem com a obediência da fé, aí é que se sabe que Deus as
escolheu. [168] Assim a evangelização (o anúncio do evangelho), longe de
se tornar supérflua em virtude da predestinação de Deus, é indispensável, pois
é exatamente ela o meio proporcionado por Deus para que o seu chamado chegue às
pessoas e desperte a sua fé. Fica, pois, evidente que aqui, quando Paulo fala
do “chamado de Deus”, não se trata daqueles apelos generalizados do evangelho,
mas sim da convocação divina que levanta os espiritualmente morto e lhes dá
vida. Geralmente se chama isso de chamado “efetivo” de Deus. Aqueles a quem
Deus dirige esse chamado (30) são os mesmos que “foram chamados de acordo com o
seu propósito” (28). Em quarto lugar, aos que chamou, também justificou
(30b). O chamado efetivo de Deus capacita aqueles que o ouvem a crer; e aqueles
que crêem são justificados pela fé. Como a justificação pela fé é um assunto
dominante nos capítulos anteriores desta carta de Paulo, não há necessidade de
se repetir o que já foi dito, a não ser talvez enfatizar que a justificação é
muito mais do que simples perdão ou absolvição, ou mesmo aceitação; é uma
declaração de que nós, pecadores, agora somos justos aos olhos de Deus, pois
ele nos conferiu o status de justos, que na verdade trata-se da justiça do
próprio Cristo. É “em Cristo”, em virtude da nossa união com ele, que nós fomos
justificados. [169] Ele se fez pecado com o nosso pecado, para que nós
pudéssemos nos tornar justos com a sua justiça. [170]Quinto, aos que justificou, também glorificou
(30c). Já por diversas vezes Paulo usou o substantivo “glória”. Trata-se
essencialmente da glória de Deus, a manifestação do seu esplendor, a glória da
qual todos os pecadores estão destituídos (3:23), mas que se regozijam na
esperança de recobrar (5:2). Paulo promete também que se participarmos dos
sofrimentos de Cristo iremos participar também da sua glória (8:17), e que a
própria criação irá um dia experimentar a liberdade da glória dos filhos de
Deus (8:21). Agora ele usa o verbo: aos que justificou, também glorificou.
Nosso destino é receber corpos novos em um mundo novo, e ambos serão
transfigurados com a glória de Deus. Muitos estudiosos percebem que o processo
da santificação, que ocorre entre a justificação e a glorificação, foi omitido
no versículo 30. No entanto, ele está implícito ali, tanto na alusão a sermos
conformados à imagem de Cristo, como na preliminar necessária para nossa
glorificação. Pois “santificação é glória iniciada; glória é santificação
consumada”. [171] Além disso, tão certo é esse estágio final que, embora
ainda se encontre no futuro, Paulo o coloca no mesmo tempo aoristo, como se fosse um fato passado, tal como tem usado para os outros
quatro estágios que já são passado. É o assim chamado “passado
profético”. James Denney escreve que “o tempo da última palavra é
impressionante. É a mais ousada antecipação de fé que o próprio Novo Testamento
contém”. [172]
Vimos
aqui, portanto, as cinco afirmações incontestáveis apresentadas por Paulo. Deus
é retratado como alguém que se move irresistivelmente de um estágio ao outro;
de uma presciência e predestinação eternas, através de um chamado e uma
justificação históricos, para a glorificação final de seu povo em uma
eternidade futura. Faz-nos lembrar uma cadeia composta de cinco elos
inquebráveis.
NOTAS:
[136]
Jeremias 29.11; [137]
At 2.23; cf. 4.27; [138]
Sl. 1.6; 144.3; [139]
Os 13.5; [140] Am
3.2; [141] Cf. 1 Pe 1.2; [142]
Murray, vol. I, p. 317; [143] Ibid., p. 318; [144] Dt
7.7s.; cf. Ef 1.4s; [145] Ef
1.5,9,11; 3.11; [146] Ef
1.4; [147] 1
Co 2.7; 2 Tm 1.9; cf. 1 Pe 1.20; Ap 13.8; [148]
Vaughan, 9. 163; [149] 2
Sm 7.22ss; cf. Êx 19.3ss; Dt 7.6; 10.15; 14.2; Sl 135.4. [150]
Edições Vida Nova, 1961; [151]
Ibid., pp. 13ss. [152]
Ef 1.6,12.14; [153]
Ap 5.11ss; [154]
Lutero (1515), p. 371; [155]
Packer, op. cit., p. 21. [156] Jo
6.44. [157] Jo
5.40. [158] Ef
1.4; cf 2 Tm 1.9. [159] Gn
12.1ss. [160] Is
40.1ss; 49.5ss. [161]
Ver; por exemplo, At 13.47; 26.23. [162] 1
Pe 2.9ss. [163] 2
Co 3.18. [164] 1
Jo 3.2ss. [165] 1
Co 15.49; Fp 3.21. [166] Cf. Cl 1.18. [167] 2
Ts 2.13s. [168] 1
Ts 1.4s. [169] Gl
2.17. [170] 2
Co 5.21. [171]
Bruce, p. 168. [172]
Denney, p. 652. Fonte: STOTT, John. A Mensagem de Romanos. Trad. Silêda e Marcos D S Steuernagel. 1ed. São Paulo: ABU Ed., 2000. 528p.; pp. 300-306. Www.Monergismo.Com
Muitooo bom ! eu Creio totalmente na Soberania de Deus ! i Creio q sou salva, puramente pela Graça i misericordia, pq se naum fosse Ele, eu jamais me chegaria ate Ele! Louvado seja Deus miricordioso, bondoso i soberanooo! Que escolhe como quer i faz como quer i quem sou eu para questiona-lo ?! apenas o vaso i ele o oleirooo \0
ResponderExcluir